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Consultor internacional avalia cenário da segurança no Brasil



Michael Clifford, CEO da IST-Academy, explica como o conhecimento estrangeiro pode contribuir com o nosso avanço


Especializado em anti-terrorismo e segurança privada há mais de 20 anos, o irlandês Michael Clifford construiu sua carreira internacional incluindo em seu currículo desde a atuação como segurança PPO de políticos, executivos e celebridades até o sistema prisional da Irlanda.


Na calçada da fama, além de atuar como consultor de segurança em bairros residenciais de alto padrão em Londres, por quase uma década foi responsável pela logística, transporte, planejamento de rota, análise de riscos e ameaças para a MTV. Nesse período, Clifford atendeu celebridades A e B, como Tom Cruise, Will Smith, Jay-Z, Beyoncé, John Travolta, entre outros.


Mas, sua experiência não parou no estrelato. Na década de 90, Michael iniciou como líder de pelotão de contenção no sistema prisional da Irlanda; entre 2006 e 2008, atuou como segurança pessoal do presidente do Sudão e Ministro de Interior da Nigéria. Também se tornou o primeiro estrangeiro não israelita a ser oficialmente registrado na Associação de Combate Britânico, com diversas atuações como instrutor em academias, instituições e zonas hostis.


Sua influência no mercado internacional da segurança foi consolidada a partir de 2010, com a criação da IST-ACADEMY, empresa que qualifica e certifica oficialmente profissionais da Europa, Ásia e Oriente Médio.


Acompanhando o desenvolvimento do Brasil de longe — segundo ele, graças à internet é possível se inteirar sobre os mais recentes casos —, o profissional faz um resumo realista sobre o cenário da segurança no país: “Acredito que é consenso geral que a segurança no Brasil está enfrentando diversos problemas. Nós ouvimos que os militares tomaram o controle no Rio de Janeiro no início do ano e que a corrupção está disseminada. Nós também temos visto que a segurança privada é frequentemente atacada com violência”.


Assim, nos recorda da visão compartilhada pela maioria dos estrangeiros, que muitas vezes têm o desejo de conhecer as nossas maravilhas sucumbido pelo medo da violência.


“Isso deveria ser um incentivo às autoridades para melhorar a segurança nas ruas e cidades, a fim de aumentar o turismo”, sugere o especialista em segurança, que em dezembro terá a oportunidade de compartilhar sua expertise com um seleto grupo de profissionais no Brasil.


Clifford estará presente pela primeira vez no país na ATIVAR360 - Conferência Internacional de Segurança Militar Privada. Ele será o responsável por ministrar os cursos de Combate ao Crime Organizado (Anti-Terrorismo) e Resgate Médico, além de disponibilizar uma agenda para consultorias privadas aos participantes do VISÃO360.

Acompanhe a entrevista completa:


ATIVAR360 - Como você acredita que iniciativas como a ATIVAR360 contribuem com a discussão da segurança no Brasil?

MICHAEL CLIFFORD - Acredito que iniciativas como a ATIVAR360 podem contribuir em muito com uma abordagem nova e fresca sobre preocupações em segurança. O mundo está mudando rapidamente e velhas soluções nem sempre funcionam para os novos problemas. Assim, programas como esse trarão aos profissionais uma nova gama de habilidades e visões estratégicas para essa indústria. Ninguém é nunca muito velho para aprender, todo dia é dia de escola.


A360 - O que certificações internacionais européias como o Anti-Terrorismo e o Resgate Médico, oferecidas pelas IST-ACADEMY, podem adicionar ao profissional de segurança no Brasil, considerando a distância cultural e de leis entre os países?

MC - Eu não acredito que a distância entre a Europa ou as diferenças culturais possam afetar em muito a experiência de aprendizado. Esses programas têm sido realizados na Ásia e África sempre com grande sucesso.


A linguagem e função da segurança é universal. Claro que geografia, política e religião podem ter certa influência no nível de tratamento, mas o protocolo e sistemática de abordagem exigidos pela segurança transcendem isso.


A360: Como você pretende adaptar a realidade anti-terrorista européia ao cenário brasileiro?

MC - O programa de despertar para o anti-terrorismo tem um sistema de abordagem para crises, em particular crises envolvendo violência interpessoal que geram medo e terror. Isso pode vir de uma organização terrorista como a ISIS, uma gangue, um cartel de drogas, uma máfia local ou um lobo solitário.


Os treinamentos enfatizam a reação ao ataque, ou, contra-terrorismo. O contra-terrorismo é a luta, o combate contra ele.


Nosso programa detalha como prevenir o terrorismo fazendo da sua empresa/pessoa um alvo difícil; o que fazer imediatamente após ser atacado, se isso acontecer, e depois do terror tomar conta da situação são abordagens trabalhadas.


Muitas empresas têm um oficial de bombeiro para lidar com emergências, mas poucas têm um oficial anti-terrorista para lidar com esse cenário.


Esse programa quebra o programa anti-terrorista em três partes principais: pré-ataque, o ataque em si, e o pós-ataque. Existe um protocolo e um sistema para cada uma dessas fases que é raramente aplicado no setor privado.


Todo ataque tem um padrão e nós focamos em identificá-los, assim nós podemos estar preparados para isso. Provavelmente a fase mais vital nesse aprendizado é o pré-ataque e é assim que o setor privado pode fazer sua grande contribuição, através da conscientização e traço de perfil antecipado.

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